​No dia 24 de janeiro, sexta-feira, às 21h30, o short/age apresenta três curtas-metragens que exploram temas como os dilemas da modernidade, sacrifício e liberdade numa noite que promete tocar o público com histórias emocionalmente marcantes.

Abrimos com “Até Que Tenha Fôlego”, de Catarina Gonçalves, um retrato íntimo e delicado da vida da Irmã Vitória e das mulheres que a rodeiam. Ligadas pela fé, mas sobretudo por uma profunda conexão humana, estas mulheres formam uma família que transcende os moldes tradicionais, explorando o significado de escolha e sacrifício. A realizadora açoriana, premiada em festivais como Curtas Vila do Conde e Porto/Post/Doc, brinda-nos com uma obra carregada de humanidade e reflexão.

​Na companhia do realizador e ilustrador André Carrilho, ​segue-se “A Menina Com Os Olhos Ocupados”,​ uma animação vibrante que narra a jornada de uma menina presa ao ecrã do telemóvel e alheia ao mundo ao seu redor. Inspirado no livro homónimo, este filme celebra a libertação dos sentidos e o redescobrir do prazer da interação humana. Já exibida e premiada em dezenas de festivais, esta obra é um verdadeiro hino à criatividade e à imaginação.

Encerramos com “Shut Up!”, do realizador italiano Matteo Berdini, um drama sobre um ator que sonha com a fama televisiva enquanto luta contra as adversidades de uma terra abalada por sismos.

Uma noite de cinema para quem procura histórias que desafiam o olhar e o pensamento.

O DIA 24 DE JANEIRO: RESUMO

O dia chuvoso contrastou com o calor que se fez sentir na sala. Uma plateia esgotada primeiro virou as suas atenções para “Até Que Tenha Fôlego”, um documentário de Catarina Gonçalves sobre uma comunidade de freiras. Como explicou a realizadora, através de videochamada a partir de Bruxelas,  procurou a revelar alguns aspetos mais corriqueiros da sua vivência, sem esquecer o impacto das escolhas e sacrifícios que fizeram para partilharem aquela vida.

Seguiu-se “A Menina Com Os Olhos Ocupados”, uma animação de André Carrilho que, ficamos a saber pelo próprio, começou por ser escrita num telemóvel enquanto lia um livro aos filhos. Apesar da contradição, a missão da curta que nos incentiva a olhar em redor e não para os ecrãs, tem sido bem acolhida. Superou as expetativas de muitos que primeiro a consideraram tecnicamente impossível, mas hoje as dezenas de nomeações provam que não só era possível, como até bem. Quanto à missão, o realizador partilhou connosco um feedback que recebeu “Já tive uma mãe a agradecer-me. Agora, sempre que pega no telemóvel a filha diz-lhe para o pousar”.

A sessão fechou com “Shut Up!” do realizador Matteo Berdini. Uma ficção intrigante que nos envolveu na história de vida de um homem que queria tanto aparecer na televisão até que não conseguiu sair dela.  Uma noite de cinema envolvente que já nos deixa saudades.