Na próxima sessão, 1 de Novembro, 21h30, no CCCV – P1, apresentamos três curtas-metragens que exploram temas como o reencontro com o passado, as fronteiras da sobrevivência e as complexidades da maternidade.

Abrimos com “A Monte”, de Mariana Guarda, uma ficção que acompanha Rita numa viagem pela costa alentejana, em busca de respostas que apenas o passado pode oferecer. Um retrato íntimo sobre as escolhas e as emoções que nos definem. Segue-se “Histórias de Contrabandistas”, de Agnes Meng, uma imersão documental na aldeia fronteiriça de Tourém, onde o contrabando era uma forma de vida. Com histórias de perigo e sobrevivência, Meng revela o lado menos conhecido da vida numa aldeia à beira da lei. A sessão encerra com “Our Secret”, de Ryan Ward, um olhar poético e pessoal sobre a maternidade e a autodescoberta, onde uma jovem reflete sobre a sua relação com a mãe. Inspirado por experiências pessoais, Ward convida o público numa jornada introspetiva, refletindo sobre a natureza das conexões humanas.

Mais uma oportunidade de conhecer e conversar com criadores que trazem novas perspetivas ao cinema contemporâneo, desta feita contamos com a presença de duas realizadoras, Mariana Guarda e Agnes Meng.
Uma noite para desfrutar sem sustos.

O DIA 1 DE NOVEMBRO: RESUMO

Diz-nos quem viajou para mostrar os seus filmes que até cá chovia a potes, mas em Viseu o anoitecer foi suave. Melhor ainda foi a noite. De sala cheia começamos por assistir a “Histórias de Contrabandistas”, o segundo filme numa trilogia de curtas que Agnes Meng está a fazer no Norte, muito norte de Portugal. Em inglês, a realizadora chinesa explicou o seu encanto pelas paisagens frias e ricas de Tourém e, sobretudo, pelas histórias das suas gentes. Algumas mais triviais, outras maiores que a própria vida. É um filme que vive tanto das pessoas, como das paisagens, mas ambas dialogam e, como salientou a realizadora, “nada é ao acaso”.

“A Monte” é uma ficção de Mariana Guarda. A realizadora não é estranha a Viseu, afinal tem ligações fortes à vizinha Mangualde, onde passou parte da sua infância. Terá sido também algumas dessas vivências que viriam a influenciar a escrita desta curta. “A Monte” destaca-se pela naturalidade das interpretações que nos emergem num grupo de amigos unidos, de tal forma que “ao início, não sabemos ao certo quem havemos de seguir”, até que a história se revela. Uma obra pela de intenções, feita com poucos recursos e, ainda assim, capaz de nos mover.

A noite fechou com “Our Secret”, do americano Ryan Ward, que trouxe um elemento sobrenatural à nossa noite de Todos os Santos.