A 4ª temporada do short/age – Shortfilms for a New Age chega no próximo sábado, 24 de Agosto, às 21h30, e arranca com três curtas-metragens para nos ajudar a descobrir a beleza dos lugares, mas também enfrentar medos e demónios.

A sessão conta com a presença de dois realizadores. Paulo André Ferreira apresenta “As Feras”, um filme protagonizado por Lúcia Moniz e que se debruça na entreajuda das mulheres quando confrontadas pelo pior. Já com a realizadora Maria João Almeida viajamos na companhia de dois artistas enquanto exploram a natureza e falam do seu trabalho. Um documentário que nos alicia a olhar atentamente o que criamos e as criações que nos rodeiam.

A participação internacional chega de França com o filme “Herbe Verte” de Eli Augarten. Nesta obra de animação, somos lançados numa viagem de comboio que atravessa o passado e confronta momentos esquecidos. É, no fim de contas, uma história de superação.

A sessão acontece no lugar habitual, a antiga Incubadora do Centro Histórico, agora conhecida por Círculo de Criação Contemporânea de Viseu – Polo 1.

O DIA 24 DE AGOSTO: RESUMO

A quarta temporada começou da melhor forma possível. Uma sala cheia acolheu “Entranhas”, o documentário de Maria João Almeida que, como explicou, surgiu durante um estágio no Canal 180. Nele, a realizadora dá-nos a conhecer o trabalho de outros dois artistas, Luís Antero e Tiago Cerveira. O primeiro usa o áudio para se expressar, o segundo, o vídeo. Compartilham o interesse pela recolha e o impulso, quase incontrolável, de preservar o que os rodeia. Curiosamente, esta curta-metragem foi a tentativa de Maria João preservar o trabalho destes dois criadores.

Seguiu-se “As Feras”, um filme de ficção que retrata um momento de entreajuda entre mulheres quando confrontadas com uma situação de violência doméstica. É um tema difícil, retratado com uma crueza inquietante. Paulo André Ferreira, que trabalha há vários anos como assistente de realização, deu o passo para realizar o seu primeiro filme. Contou-nos que o planeamento durou cerca de 9 meses, mas as rodagens aconteceram num dia. A minúcia é evidente na execução, com um plano contínuo que nos envolve na narrativa e nos puxa para dentro da cena. Partilhamos aqueles momentos com as personagens, e essa sensação de imersão foi amplificada pelo som, claro e intenso. Sorte a nossa, contámos ainda com a presença de Gustavo Marques, editor do som, que esclareceu qual a quantidade de microfones escondidos para captar cada cena e o que implica o seu trabalho de edição para extrair o melhor som possível.

Por fim, vimos Herbe Verte, uma animação da realizadora francesa Eli Augarten que, através de uma viagem de comboio, atravessa o passado e confronta momentos esquecidos. A noite encerrou com aplausos, tanto pela curta-metragem que acabáramos de ver quanto pela presença dos realizadores, e, esperamos nós, pelo bom início de uma nova temporada de cinema curto em Viseu.