No short/age – Shortfilms for a New Age não subestimamos a importância de um bom guião se queremos um bom filme.

Dando continuidade aos encontros de leitura e discussão de argumento iniciados o ano passado, na próxima sexta-feira – 7 de outubro, 22h00 – acolhemos a realizadora e argumentista Mónica Santos para lermos uma das suas obras e emergir-nos no seu processo criativo.  Esta é uma oportunidade conhecer e esmiuçar uma fase crucial da criação de um filme diretamente com quem o faz.

O DIA 7 DE OUTUBRO: RESUMO

Reunidos em círculo, esta sessão de leitura começou com uma breve apresentação de Mónica Santos, realizadora de algumas curtas de animação bem reconhecidas, como “Entre Sombras” e “Amélia e Duarte”. Nas mãos de cada um, segurávamos uma cópia de “Laura”, o terceiro argumento da realizadora para imagem real. E quanto líamos e imaginávamos cada cena, entranhava-se em nós o peso e importância daquela história.

O argumento que Mónica nos trouxe retrata o trauma intergeracional ao apresentar diferentes gerações de mulheres igualmente mal tratadas. Com um olhar cuidado e destro, navega-nos pelas várias épocas e situações que conclui de forma surpreendente. A conversa que se seguiu levou-nos a questionar alguns dos aspetos mais técnicos de um guião, da construção de diálogos e organização das personagens, mas focou-se sobretudo no conteúdo: a opressão da mulher; a ausência sistémica de um olhar feminino na criação do cinema e até a influência da mitologia, nomeadamente de figuras como Eco e Medusa, na sua história.

A noite terminou com o avançar da hora. Connosco, fica uma perspetiva fresca e muito em que pensar.