1. EXT. MONTANHAS. AMANHECER
Inverno. Os montes do norte mergulhados em nevoeiro.
As árvores carregadas de neve, imóveis. Entre os ramos, o fumo das lareiras.
A melodia da flauta de pã corta o silêncio.
2. EXT. ESTRADA. MANHÃ
Numa estrada velha, TAVARES (50), amolador, pedala na sua bicicleta. O casaco pesado e a boina tentam protegê-lo do frio da madrugada.
Mas a respiração espessa e os lábios descolorados, a procurar calor, contam outra história.
Tavares leva a flauta aos lábios e toca-a mais uma vez.
No horizonte, uma pequena aldeia ainda desperta.
3. EXT. RUA PRINCIPAL. MANHÃ
Tavares pára a sua bicicleta velha e prepara as ferramentas. As limas, tesouras, martelos.
A flauta faz-se novamente ouvir enquanto os ALDEÕES saem das suas casas. Os HOMENS e MULHERES trazem consigo panelas, chapéus, facas.
Uma fila forma-se até à bicicleta de Tavares.
Na sua bicicleta, Tavares dá aos pedais e, a cada movimento, a roda de esmeril começa a rodar.
Tavares aproxima uma faca e as faíscas voam. A faca desliza pela pedra, da ponta até ao cabo, sempre em movimento.
Os pés continuam a pedalar e o som da correia acompanha a pedra que gira.
As mãos de Tavares ficam mais sujas enquanto trabalha a faca.
4. EXT. RUA PRINCIPAL. DIA
Tavares limpa o suor da testa. O frio dissipou-se e ficou o calor do trabalho.
Nas suas mãos, mais de uma dúzia de tostões. Esfrega as moedas e coloca-as na sua mala de ferramentas, insatisfeito.
5. EXT. JUNTO À TASCA. DIA
Tavares empurra a bicicleta enquanto toca a flauta.
Na entrada da tasca, HOMENS falam entre si. Acenam para Tavares, que retribui o gesto.
O olhar de Tavares cai sobre uma motorizada encostada à parede da tasca.
O DONO da motorizada sai da taberna, mãos nos bolsos, e assobia para Tavares.
DONO
É hoje que leva a motorizada?
TAVARES
Se ma der, levo-a já.
DONO
Olhe que é uma boa máquina.
Tavares analisa a motorizada novamente e depois olha para a sua bicicleta: o quadro cheio de remendos e amolgado, os pneus baixos e o selim transformado numa esponja suja.
DONO
A ferrugem é por causa da neve.
Com uma limpeza, parece nova.
TAVARES
Quem não parece?
6. EXT. ALDEIA. PRAÇA. DIA
O som da flauta de pã antecede a chegada de Tavares, que continua a empurrar a sua bicicleta à procura de trabalho.
Mas a melodia do amolador é engolida pelo frenesim de carrinhas de trabalho, agora estacionadas na praça.
Em fila, vários TRABALHADORES estão à espera. Todos homens, magros, cansados, barba por fazer, roupas gastas.
Tavares abranda e observa enquanto dois CAPATAZES saem das carrinhas.
Os Capatazes observam o grupo e apontam para os Trabalhadores que podem avançar.
CAPATAZ
Tu, tu e… tu.
O resto pode ir para casa.
Os Trabalhadores escolhidos entram nas carrinhas, seguidos pelos Capatazes.
As carrinhas partem. Os restantes Trabalhadores regressam às suas casas, frustrados, e Tavares vê as ESPOSAS e os FILHOS dos homens que ficaram sem trabalho. O som do choro, das discussões no interior das casas pobres, longe dos olhares estranhos.
Tavares guarda a sua flauta, o trabalho está feito. Na saída da praça, Tavares vê uma oficina. No exterior, o MECÂNICO (60) acena e grita.
MECÂNICO
Quer que lhe encha os pneus?
Quase que raspam no chão!
Mas Tavares acena que não.
7. EXT. SAIDA ALDEIA. ESTRADA. DIA
A aldeia está novamente no horizonte, mas agora, Tavares vira-lhe as costas.
Ele tenta pedalar com todas as suas forças, mas as rodas tremem. A bicicleta abana por todas as suas peças, como se estivesse presa por fios.
Quando menos espera, a roda solta-se e Tavares cai no chão.
Atrapalhado, tenta levantar-se, mas a sua raiva é tanta que pontapeia a bicicleta.
8. INT. OFICINA. TARDE
De regresso à aldeia, Tavares olha agora para a sua bolsa, ainda com menos moedas, e suspira.
À sua frente, o Mecânico tenta arranjar a roda da bicicleta e procura por peças.
O olhar de Tavares viaja e vê a oficina cheia de bicicletas velhas, motores, pedaços de metal quebrados, serradura e uma panóplia de ferramentas em exposição.
Entre os posters velhos e recortes de jornal, vemos uma fotografia a preto e branco pendurada. É uma família: marido, esposa e dois filhos.
MECÂNICO
Mesmo que meta a roda no sítio,
você ainda se mata com os pneus
neste estado.
TAVARES
Eles aguentam.
MECÂNICO
(ri-se)
Só se for às cavalitas.
Mas tenho ali uns pneus dos
bons, já lhos mostro.
TAVARES
Não tenho dinheiro para ver,
quanto mais para comprar.
Tente só meter isso a andar.
O Mecânico ri-se enquanto continua o seu trabalho.
Por cima da porta de entrada, Tavares repara num amuleto. Uma proteção para a oficina.
TAVARES
(aponta)
É para o mau olhado?
MECÂNICO
(força uma peça)
O senhor sabe… melhor que eu…
que é melhor prevenir que remediar.
TAVARES
E tem resultado?
MECÂNICO
Dizem que resulta para
o que não se vê…
O Mecânico torce o rosto com esforço e encaixa o parafuso que faltava.
MECÂNICO
Há muita gente a morrer na raia.
Fazem as corridas e ficam-se por
lá por causa dos carabineiros.
Agora experimenta a roda e esta está novamente presa.
MECÂNICO
(aponta para o amuleto)
Há sempre histórias que vêm da raia, sabe?
Uma pessoa não quer ter medo, mas tem.
Este mundo não esquece nada.
E agora, o Mecânico benze-se, mais sério.
MECÂNICO
Primeiro foi a febre, agora são
as corridas. Há muito mal por aí.
E as histórias… nem quero pensar.
Com um movimento forte do Mecânico, a roda da bicicleta gira sem problemas. Está finalmente presa.
MECÂNICO
Os que ficam cá é que sabem.
As choradeiras à noite, as viúvas
aos gritos, os lenços pretos que
andam de casa para o cemitério.
A bicicleta é colocada no chão e Tavares experimenta a resistência da roda.
MECÂNICO
Mais vale ser-se mecânico e amolador.
Passa-se fome, mas vive-se.
O Mecânico limpa as mãos.
MECÂNICO
Você aqui fazia bom dinheiro.
Não há dinheiro para comer, mas
há sempre uns tostões para o
menino Jesus.
TAVARES
Deixei-me disso.
MECÂNICO
Já não acredita?
TAVARES
Acredito. Por isso é
que me deixei disso.
O amuleto baloiça com o vento.
9. EXT. CRUZAMENTO. TARDE
Tavares passa lentamente na sua bicicleta quando vê: Ao longe, uma IDOSA, vestida de luto, faz-lhe sinal.
Tavares abranda e acena.
TAVARES
Boa tarde, vizinha.
A Idosa não responde.
TAVARES
Precisa de ajuda?
IDOSA
Tenho garfos para limar.
Pouca coisa.
TAVARES
Mostre lá que eu trato
disso antes que anoiteça.
A Idosa agradece e segue lentamente pelo caminho de terra que vai dar a uma casa por caiar, cheia de vegetação à volta, pouco cuidada.
10. EXT. CASA DA IDOSA. ENTRADA. TARDE
Tavares está a preparar a bicicleta e as suas ferramentas enquanto espera pela Idosa.
A porta da casa está semi-aberta e o interior é escuro. Não há uma única fonte de luz.
A Idosa surge da escuridão com um pano nas mãos, embrulhado em volta de algo.
TAVARES
Deixe lá ver isso.
Mas a Idosa mantém o embrulho nas suas mãos.
IDOSA
Preciso que ajude uma
família de amigos.
Tavares estranha e endireita-se, como se temesse as próximas palavras da senhora.
TAVARES
É para amolar alguma coisa?
A Idosa acena que não e Tavares muda de expressão.
IDOSA
Faleceram faz agora dois anos.
Dizem que foi a febre que os
apanhou. Os Paiva, eram tão
bonzinhos. Gente honesta.
A Idosa fica em silêncio, a olhar para Tavares fixamente, e depois continua.
IDOSA
Os pequenos vinham aqui muito.
A mãe mandava-os nos recados e lá
vinham eles a correrem pela estrada fora.
Não merecem ficar sem um enterro.
TAVARES
A junta que trate disso.
Alguém vai lá com pás e
coloca a família em paz.
IDOSA
Você sabe o que lhe estou a pedir.
TAVARES
Com todo o respeito, já lá vão
os tempos em que fazia esse tipo
de trabalho.
Tavares começa a arrumar as suas coisas e a Idosa insiste em dar-lhe novamente o embrulho.
IDOSA
Se os ajudar, eu pago-lhe.
30 escudos. Pense bem.
Tavares hesita, mas acaba por agarrar no volante da bicicleta e afasta-se.
TAVARES
Não posso, minha senhora.
Boa tarde.
11. EXT. ESTRADA DOS PAIVA. FINAL DE TARDE
Tavares traz a bicicleta ao seu lado. À sua volta, árvores cobrem o céu ao longo da estrada antiga. O dia está a terminar e a luz natural começa a desaparecer.
Pelos ramos, conseguimos ver casas abandonadas e barracões antigos.
Tavares olha com atenção para as janelas. Uma a uma. Janelas quebradas, algumas já sem vidros ou cortinados, outras cobertas por tábuas de madeira.
Até que a sua atenção recai sobre uma casa. Uma luz ténue, diferente e pouco natural, surge numa das janelas.
Os pingos da chuva começam a cair. Tavares desvia o olhar da janela e repara nas núveus cinzentas que escondem agora o sol.
A luz continua presente na janela, mas Tavares segue em frente.
12. INT. TABERNA. NOITE
O som da chuva a bater contra as janelas.
No interior do café, o TABERNEIRO recolhe os copos das mesas.
A porta abre-se. Tavares entra enquanto sacode a água do casaco.
O Taberneiro é surpreendido pela chegada de Tavares. Dirige-se para o balcão.
TAVARES
Que temporal. Estava a ver
que me afogava.
TABERNEIRO
Ou não chove ou chove
mais que a putaça.
Tavares puxa o banco de madeira, já velho, e senta-se ao balcão.
TAVARES
Arranje-me um bagacinho
para aquecer.
O Taberneiro coloca o copo no balcão e tira uma garrafa sem rótulo da prateleira.
O líquido transparente cai sobre o copo.
TABERNEIRO
Veja lá se a bicicleta não
lhe foge com esta água toda.
Tavares bebe o copo de uma vez. Assinala para encher outra vez.
TAVARES
Não foge. Antes de entrar, disse-lhe:
psst! Não saias daqui.
E ela não sai.
TABERNEIRO
Está bem ensinada.
O Taberneiro enche novamente o copo e Tavares bebe um pouco do bagaço.
TAVARES
Você conhecia os Paiva?
Moravam ali mais para cima,
para a estrada velha.
TABERNEIRO
Deus tenha as suas almas
em descanso.
Tavares volta a beber e saúda em respeito.
TAVARES
Dizem que foi a febre.
TABERNEIRO
E foi. Primeiro apanhou
os pequenos e depois os pais.
O Taberneiro volta a encher o copo, sem Tavares pedir.
TABERNEIRO
Varreu aquela zona toda.
Isto já foi há uns…dez anos.
TAVARES
Dez anos? Não foram dois?
O Taberneiro estranha a pergunta e a confusão de Tavares.
TABERNEIRO
Se calhar até foram mais.
O avô dos miúdos é mecânico
aqui perto. Se quiser, vá lá
perguntar-lhe.
A revelação tem impacto em Tavares, que não consegue esconder a surpresa, ao ponto do Taberneiro reparar no seu olhar e fechar logo de seguida a garrafa. O Taberneiro está mais sério e desconfiado.
TABERNEIRO
Mas você era amigo dos Paiva?
TAVARES
Muito afastado.
TABERNEIRO
É a primeira vez que
o vejo por aqui.
Antes que Tavares termine o seu terceiro bagaço, o Taberneiro retira-lhe o copo.
TABERNEIRO
Eu já ouvi histórias vossas. Afiavam
facas de manhã, benziam à noite. Se
você vem para aqui com bruxedos,
ponha-se na alheta.
Tavares olha para a janela: já não chove.
TAVARES
Bom, já parou de chover.
Está na minha hora.
Tavares deixa as moedas em cima do balcão. Levanta-se.
TABERNEIRO
Deixe os Paiva em paz e vá-se embora.
Você não é bem-vindo aqui.
O amolador ajeita o casaco e sai.
13. EXT. DESCAMPADO. NOITE
A fogueira arde com força e Tavares protege-se do frio enquanto tenta dormir, mas não consegue. O amolador não pára de se mover, desconfortável.
Até que Tavares levanta-se, frustrado, e olha para a fogueira que se move com mais força, ainda que não exista vento.
14. EXT. ESTRADA DOS PAIVA. NOITE
A estrada que vai dar a casa dos Paiva está agora mergulhada na escuridão da noite.
Tavares hesita, mas respira fundo quando olha para a casa e repara novamente na luz que ainda emana pela janela.
O amolador retira uma sacola da bicicleta e coloca-a ao ombro. Ele deixa a bicicleta caída à beira da estrada.
Da sacola, ele retira um frasco com sal e murmura uma reza enquanto caminha e atira o sal.
15. EXT. TERRENO DA FAMÍLIA PAIVA. NOITE
O sal continua a cair sobre o caminho de terra.
Os passos de Tavares pela terra molhada, os seus sussurros e agora o som de uma porta a bater ao longe. Um som rítmico que faz Tavares parar.
Os seus olhos tentam esconder o medo, mas Tavares volta a respirar fundo e os passos continuam.
Tavares vê a porta a bater enquanto se aproxima. Depois repara nas janelas partidas e sujas, na tinta enegrecida pelo tempo e no interior escuro. Não há sinais da luz.
Quando Tavares atira o sal na direção da casa, a porta pára de bater. O silêncio voltou.
O amolador aproxima-se da entrada e afasta a porta, que abre calmamente.
TAVARES
Se não se importarem…
Com cuidado, Tavares entra na casa e marca a entrada com o sal.
A porta fecha-se lentamente.
16. INT. CASA DOS PAIVA. NOITE
Na mesa da sala, uma vela é acesa. A cera cai sobre um prato branco e a vela é fixada.
Agora conseguimos ver melhor o interior. A cozinha e a sala estão na mesma divisão. O pó cobre os móveis humildes. Os pertences da família foram levados, as gavetas estão abertas.
Num dos cantos da sala, uma sombra destaca-se. Mais espessa e imóvel.
Tavares arrasta uma das cadeiras e senta-se.
TAVARES
Se vos ajudar, eu também
não vou gostar disto.
Ele cola uma segunda vela no tampo da mesa, abre a sacola e retira um frasco, ervas frescas e outro prato. Mistura tudo e coloca álcool por cima. Com um fósforo, Tavares acende a mistura.
O fumo espalha-se pela sala como incenso, em direção ao teto, onde vemos mais uma sombra que se expande.
Tavares pega na sua flauta e começa a tocar. Uma melodia mais suave e musical do que o tom que o tem acompanhado.
Os sons de uma família: as vozes dos pais, o ranger das cadeiras, as correrias, risos e a tosse interminável. Os sons misturam-se.
A vela abana, parece que se vai apagar.
Tavares aumenta o volume do cântico.
A vela apaga-se.
TAVARES
E assim vamos todos.
Tavares está cansado, respira ofegantemente e limpa o suor na testa.
O amolador levanta-se e repara num cavalo de madeira, já antigo, com marcas de utilização. Ele limpa o pó à volta da figura e a cor sobressai. Tavares sorri e coloca o cavalo no bolso do casaco.
17. EXT. TERRENO DA FAMÍLIA PAIVA. MANHÃ
A manhã está a nascer e a neblina matinal começa a envolver a casa.
Tavares sai e tenta proteger-se do frio. Ele olha uma última vez para a casa, agora em silêncio e sem a presença da luz, e despede-se com um aceno.
18. EXT. CRUZAMENTO. MANHÃ
A bicicleta de Tavares abana com a força da descida que vai dar ao cruzamento. A neblina está ainda mais espessa.
Tavares olha para o local onde encontrou a Idosa e, para sua surpresa, a senhora parece estar à sua espera. Ela acena.
Mas a neblina fica ainda mais forte e cobre a Idosa.
Quando Tavares pára a bicicleta, a Idosa desapareceu com a neblina.
Ele coloca a bicicleta no chão e procura pela senhora.
TAVARES
Dona! Ó dona!
A neblina recua o suficiente para Tavares ver a casa da Idosa.
A casa está em ruínas, abandonada há vários anos. As janelas caídas, a porta partida e a vegetação em redor das paredes e do teto.
Tavares suspira.
TAVARES
30 escudos…
Agora perdido e sem saber o que fazer, Tavares recorda-se do cavalo de madeira. Olha para o cavalo e depois para a aldeia ao longe.
19. INT. OFICINA. MANHÃ
O amuleto toca com o movimento da porta.
MECÂNICO (V.O.)
Só um segundo.
Mas quando chega à entrada, o Mecânico apercebe-se de que está sozinho. Ele fica confuso e vê se está alguém na oficina, até que repara no cavalo de madeira em cima da mesa.
Ele reconhece o brinquedo e as lágrimas não demoram a aparecer. Depois a sua atenção recai sobre o papel, que tem escrito: “O MUNDO NÃO ESQUECE NADA”
20. EXT. JUNTO À TASCA. MANHÃ
A motorizada está encostada à parede, presa por uma corrente.
A tasca ainda está fechada e não há ninguém no exterior. Apenas Tavares, a sua bicicleta e a motorizada.
Ele olha novamente para a bicicleta, que parece estar ainda mais velha.
TAVARES
Um dia.
E começa a pedalar na direção da saída, deixando a aldeia para trás.
21. EXT. MONTANHAS. MANHÃ
Os montes do norte.
O silêncio é cortado pelo som da flauta de pã.
Na estrada principal, Tavares viaja atrapalhadamente e tenta manter a sua velha bicicleta equilibrada.
No horizonte, uma nova aldeia.
FIM
JOÃO CANELO
Formado em argumento na ESTC, é atualmente professor de Game Design, no curso Animação e Videojogos da ETIC, guionista para televisão e cinema, e crítico de videojogos no site Echo Boomer. Ao longo da sua carreira, escreveu séries e longa metragens para produtoras como a Ukbar Filmes, Volf Entertainment e David & Golias; foi consultor em videojogos vencedores nos Prémios PlayStation (como Careto, Laura, The Fishermen); e exerceu o papel de jornalista e gestor de conteúdos na BGamer, Revista Pushstart e Glitch Effect.
CONHECER // ECHO BOOMER – TWITTER