Sábado, 24 de fevereiro, o short/age chega ao fim da sua terceira temporada. Um pouco como o futebol, a temporada não começa com o princípio do ano ou termina em dezembro. A nossa iniciou-se em Agosto e ao fim de 14 sessões fecha para provocar saudades.

Como todas as despedidas, ainda que temporárias, esta faz-se em grande. Na nossa companhia contamos com Mónica Santos, realizadora cujo percurso consolidado e experiência darão pano para conversa acerca dos dois filmes que trará, ambos de animação: “O Casaco Rosa” e “Amélia & Duarte”. No primeiro somos guiados através do relacionamento de um casal que se separou e em que ambos estão a tentar lidar com os sentimentos que resultam do final de uma relação; já o segundo trata-se de um filme musical político sobre Rosa Casaco, inspetor da polícia, durante o regime fascista português, uma obra que recorre a uma linguagem cinematográfica alegórica para trazer à luz alguns dos acontecimentos que envolveram esta figura.

A sessão encerra com o lançamento não de um, mas dois livros. Os Novos Argumentos, que nos últimos anos têm sido publicados digitalmente, ganham agora casa no conforto do papel. Os dois volumes contam com guiões para cinema de 16 autores, alguns dos quais também marcarão presença na sessão. Assim, haverá leitura para o período de descanso até ao regresso da quarta temporada, em Agosto.

Por agora, o cinema curto vê-se dia 24 de fevereiro, às 21h30 na Incubadora do Centro Histórico.

O DIA 24 DE FEVEREIRO: RESUMO

13 sessões depois, 470 espetadores atentos, o short/age chega ao fim da sua 3ª temporada.

A sessão fez-se na companhia de Mónica Santos e dos filmes “Amélia & Duarte”, uma história que começa com dois corações partidos e que foi, como explicou a realizadora, a sua forma de explorar o que fica para lá do início de um romance; e “O Casaco Rosa”, uma obra colorida e aparentemente alegre que contrasta agressivamente com a figura que retrata, Rosa Casaco, um inspetor da PIDE. Se em ambas o rigor da técnica e a criatividade dos cenários e movimentos fascina, é a forma como os temas são abordados, particularmente na segunda, que impressiona. Obras que fazem pensar, que maravilham, revoltam, revolucionam.

A segunda parte da sessão foi ocupada pelo lançamento de dois volumes dos Novos Argumentos e acompanhados pelas palavras de dois dos autores presentes: Sónia Barbosa e Ricardo Fonseca Mota. Fica assim cumprida a promessa de homenagear estas obras – que são mais do que meras ferramentas de cinema – comprometendo-as ao papel. Um verdadeiro livro. Dois, neste caso.

O fim fez-se com partilha de doces e alguns abraços.

Se do cinema se pode dizer que não é de nenhum lugar, nós podemos dizer que público como este não há noutro lugar algum. Obrigado a todos os que ao longo deste ano nos fizeram companhia. Até há próxima temporada.