A realizadora Ana Maria Gomes é a convidada especial na sessão #08 do short/age – Shortfilms For A New Age.
Estudou em Le Fresnoy Studio National des Arts Contemporains (França), fazendo especialização em videoarte. A sua obra concentra-se fundamentalmente no papel que a ficção assume na construção de identidades pessoais e o seu principal interesse artístico gira em torno do seu círculo íntimo e da família em particular.
Os seus trabalhos foram apresentados em exposições e exibidos em festivais internacionais (Hors Piste no Centre Pompidou, Gaîté Lyrique, Jeu de Paume, Museu da Caça e da Natureza de Paris, Cinemathèque Francesa , Cinemateca Portuguesa, etc., tendo recebido apoio artístico de instituições como o GREC, a Fundação Gulbenkian ou o Centre National des Arts Plastiques, e integra coleções públicas como a Coleção do Fundo Nacional de Arte Contemporânea da França, o Catálogo Nacional BPI (Images en Bibliothèques), a Biblioteca Nacional Francesa (BnF) e o acervo da Casa de Velázquez.
A sua filmografia é rica em linguagens diferentes e inclui vários filmes com seleções em festivais de cinema e várias nomeações e prémios.
Nesta sessão serão exibidos “Bustarenga” e “À Trois Tu Meurs”.
Bustarenga é uma pequena aldeia situada na montanha, no interior de Portugal, onde Ana vai todos os anos, no Verão. Aos 36 anos ela ainda é solteira. Os habitantes da aldeia, preocupados com o seu futuro, tentam fazê-la compreender que o tempo urge. Ana vai ouvir os conselhos e os avisos dos moradores para encontrar o príncipe encantado.
Em “À Trois Tu Meurs” é dada uma instrução simples a um grupo de adolescentes: “Representa a tua morte para a câmara – eu vou contar até três; e morres no três.” Os adolescentes imaginam e dramatizam os seus últimos momentos, a sua última imagem. Por meio de situações fatais, miseráveis, quedas, abandono, eles também mimetizam outras imagens – as que veem nos videojogos, no cinema, nos media.

O DIA 3 DE SETEMBRO: RESUMO

Depois de uma viagem de mais 600 quilómetros, poderíamos desculpar Ana Maria Gomes se se deixasse tomar pelo cansaço, mas não foi o caso. Nesta sessão dedicada à sua filmografia, em que vimos o documentário “Bustarenga” e a peça de videoarte “À Trois tu Meurs”, a realizadora estava energética na resposta às dezenas de questões que o público colocou, satisfazendo curiosidades tão triviais como a escolha do vestido e a sua simbologia, bem como detalhes técnicos do direito do uso de imagens. Uma conversa que se prolongou até encher os corações de todos os presentes.