Na sessão #43 do short/age – Shortfilms For a New Age, a comunicação levada ao absurdo, numa caso, e a falta dela, no outro, são as pedras basilares das duas narrativas portuguesas onde o inesperado se torna terreno fértil para reflexão.
“Nada Nas Mãos” realizado por Paolo Marinou-Blanco, que estará connosco, e “Degelo” um filme de animação realizado por Susana Miguel António e Filipa Gomes da Costa – também elas presentes na sessão – ambos exploram a dualidade intrínseca da natureza humana e apresentam personagens em busca de um significado na sua vida. Com estratégias diferentes, o humor está presente nos dois filmes, na sua forma mais negra, destacando o absurdo da relação entre vivos e mortos, ou de maneira subtil, na complexidade das emoções e dos mal-entendidos.
A sessão será encerrada com a exibição do filme “Colonie”, de Romain Daudet-Jahan (França), que nos conta uma história perturbadora e inquietante sobre um rapaz de 12 anos – Leo – que, de forma inesperada, se recusa a ir para um acampamento de Verão.

A sessão acontece dia 20 de Outubro na Incubadora do Centro Histórico, com início às 21h30, o novo horário.

O DIA 20 DE OUTUBRO: RESUMO

Numa sessão em que o público apareceu em peso e se mostrou entusiasta, começámos por ver “Nada Nas Mãos”. O filme de Paolo Marinou-Blanco é uma comédia negra que, como nos explicou o realizador por videochamada a partir de Nova Iorque, começa com a perda do seu pai. Anos depois, tornou-se possível olhar para a morte, e a vontade de morrer, como um tema possível de explorar numa curta, com uma abordagem singular, divertida, não deixando de ser profunda.

Susana Miguel António, este presente para nos falar na sua experiência na realização de “Degelo”. Embora o filme de animação tenha sido o primeiro em que assina a realização, em coautoria com Filipa Gomes da Costa, a experiência na área é vasta – sobretudo enquanto produtora. Durante a sessão conversámos sobre as nuances da obra, os desencontros e encontros das personagens e de como, cada frame é minuciosamente pensado. Numa animação em que 11 minutos demoram dois anos a terminar, nada é deixado ao acaso.

A sessão terminou com “Colonie”, do francês Romain Daudet-Jahan, mais uma presença internacional, desta vez com laivos de suspense que deixou o público na ponta das candeiras.